terça-feira, 3 de junho de 2008

RÉQUIEM

Se eu te falasse que cada parte do quarto é preenchido nos teus braços, teu lirismo.
E nada é vulgar já que nada faz sentido no seu mundo histérico.

Falava da vida assim como um corpo entregue ao nada

Falava de poesia como quem faz parte da historia contada.

De dias perdidos era feito o seu diário.
Nada transcreve esse estado de poesia plena no armário do teu corpo

Hoje nadando entre paulistanos percebi teu quadro de ausência.
Sei que tudo é palavra enquanto somos sozinhos nessa cidade
Mas não me deixe quando as horas voam em estados menores de vida.

Um dia vou te pegar e não te deixar partir
Porque eu vou partir.
E as palavras não vão reconstruir os meus cacos
Eu vou partir
E nada impede da vida parar de tocar essa musica medonha
Já te deixei na esquina, já te coloquei em minha vala, já te perdoei quando menina e nada que valha sua velha sala de merda.

Era um dia púrpura que cobria os meus cacos no asfalto
Era como se fosse domingo pela manhã.

Um dia vou voltar e dizer que agora tudo é vulgar
Um dia quem sabe você vai dizer que tudo o que resta é essa masturbação urbana de sexo, trabalho e consumismo.

Cantarei um réquiem capaz de calar minha ira.
No meio da paulista serei feliz...
Como um brinde de champanhe fora de época.

Davyd Cejinski

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