terça-feira, 3 de junho de 2008

POESIA

Quantas vezes vou precisar falar de ti?
De nossas avenidas atravessadas de poesia que se confundem nas vitrines exaustas de sua eterna melancolia.
Quantas vezes as manhãs serão perfeitas diante de teus olhos azuis, na morbidez de sua arte.
Quantas, de tantas histórias consagraram o seu peso?
A vida que mede a torta mocidade de sua juventude transviada.
Quantas vezes vou desfilar hermético diante da cidade e reclamarei a lucidez que escorre pelo bueiro e infesta a festa perfeita de todos os chuveiros...
Os risos, abraços e beijos de casais perfeitos vão me confundir a visão, vão maltratar a luz de meu coração.
Quantos de tantos lares vais ter que perverter?
Quantas histórias deveras maldizer?
Quanto romance vais ter que viver?
E quantas horas vai ter que trespassar no teu maldito fado de viver a sua própria historia...
A poesia já não aceita mais suas horas, o chão é forrado de medo e das paredes escorre a lagrima fatídica de seu espelho.
Eu queria dançar um bailado que sexodoesse o meu amor.
Eu e meus malditos de mim mesmo.
Eu e as palavras que invadem a casa e desperta essa vontade maldita de ti.
Vai e me confunde entre cores, vai, mas não me chames mais, não me reclame as dores de seu estado maldito na hora de um brado maior...
Faz de cor as suas malditas historias, faz de ti o seu próprio veículo e não se acabe na marginal Tietê não vire noticia maldita na Tv, não faça versões doidas de seu passado.
Vai e não me inclua mais em seu desespero, vai e transborde este rio que me molha de arte.
Vai e não volte mais a me confundir sentimentos, vai e não me tire à roupa todos o dias, vai e não me tire tanta coisa de mim por causa de poesia.

A minha dor é não viver em ti.
O meu desespero é te ter todos os dias.

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