domingo, 28 de novembro de 2010

Confissão

To trazendo na mala uma coleção de paisagem
Para assistir feito cinema, com óculos escuros na cabeça
Desejo é filme
Paisagem que se vê pra sempre na pele
Minhas mãos estão paradas em sinfonia torta
Bernstein cansado
Maestro equivocado
Imagens perdidas espalhadas pelo chão do quarto
Um dia de sol encontrado nos pelos
Uma memória de açúcar
Aquela imagem cítrica nas dobras da pele
Em panela de algodão doce, festa-de-criança-menino
Quando um sorriso era mais simples
Amar as pequenas coisas
Ver as pequenas vitórias, chorar histericamente nas pequenas perdas
Vem, que eu quero abrir essa mala e espalhar pela sala
Sorrisos, mortes, dias de parede, poemas engolidos, doenças sintomáticas
Para sambar depois
Um dia faceiro
Encontrado nos cabelos
Depois da corrida no parque
Ser feliz não é fácil...

Em um dia-diário
Essa confissão de bandido
Para colorir o silencio
Do carrosel-calendário

David Cejkinski

3 comentários:

Flávia Magalhães disse...

Agregou tudo Dali. Beijinhos.

RÔ_drigo disse...

Q confusão+linda=p

Cleyton Cabral disse...

Amigo, isso é música. Não basta ser amigo,tenho de ser fã. Faz parte do seu show. Abs.