quinta-feira, 19 de agosto de 2010



O que restou do sagrado eu amarrei no pulso feito fita-promessa
Eu joguei ao ar procissões metrificadas
Fui à busca de alvorada em liturgia
E só avistei desespero e agonia...
O que restou do sagrado eu amarrei no sexo o mau-olhado
Fiz outro manto de cristal-santificado
Já era hora de julgar a revelia
Uma folia, outro mote-ao-meio-dia
Você-suado-corpo-leite-derramado
Esfrega, esfrega e esvoaça
A reza-nossa-fonte arregaça
Essas nossas línguas-trapezistas
Nessa fita-queda-pouca-de-mentira
Minha boca busca rouca sua cria
Eu acarinho o estardalhaço do teu vinho
Risco teu peito com o batom-veludo-azul
E de novo caio naquele velho canto-blues...
Os teus vestidos estão rasgados pelo chão
Foram poemas que arranquei com minhas mãos

David Cejkinski


5 comentários:

Flávia Magalhães disse...

Bom, eu queria elaborar um comentário fantástico, à altura do belo belíssimo poema, mas como fui incapaz, só me resta reiterar o que eu já tanto disse: maravilhoso. Parabéns. Adoro-te.

Thiago Mattos disse...

Ótimo o teu blog, David.

Adicionei no meu blog. Passa lá.

Thiago Mattos disse...

David, obrigado!
Você tem que ir em Design > adicionar um gadget > escolher a opção de adicionar uma lista de blogs... Ou, se já tiver uma lista de blogs, é só editá-la e adicionar o endereço que quiser! Não conseguindo, me avisa! Também só descobri ontem como faz isso! Haha!

Um abraço!

Roberta Del Carlo disse...

David David
quem é você?


está lindo como sempre....

RÔ_drigo disse...

Não bastasse ser linda, tem metrica!!
Arrasaste na poEsia irmãozito, pra variar...