quinta-feira, 8 de abril de 2010


Se não existem palavras
Meios olhares
Pretos avisos
Maus presságios
Profecias morais
Revelias
Se não existe poesia
More em outra cidade

Se não existem amores
Outras possibilidades
Se a cabeça anda torta
Os passos aguados
Os olhos murchos, parcos, pastos, mantos.
Traços

Se não existem certezas
Bailados mecânicos
Semáforos-portos
Meninas piscinas
Prantos pacatos
Lisos problemas
Dance grudado no seu amado

Se não existem navalhas
Memórias de cana
Estradas falantes
Se não existem mirantes
Profecias declaradas
Encontros partidos
Junte tudo em um grito

Se não existem balões
Coloque asas nas orelhas
Mentiras no céu
Momentos calados
Da casa morta
Confissões limpadas no guardanapo

Se não existem muralhas
Abençoe os atrasos
Atire pra cima lantejoula mofada
Esfregue sua vida nos cantos do espaço
Com sorrisos cuspidos
Menos melados...

David Cejkinski

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