sábado, 6 de fevereiro de 2010

Já algum tempo sou aquela represa cheia na beira da boca
Que quando te olha nos olhos vaza
Sem navegar em nenhum oceano
Por isso iluminar sua pele
Por isso tuas vértebras desejantes
Desejo é fuga
Engano

Melhor outras maratonas
Outras chegadas, pódios, menos esperas.
Outras platéias
Pausas, silêncios, dor.
Outras mentiras
Musicas, milhas.
Paises

Preciso sair de repente falando outra língua
Te encontrar na esquina, combinar fracassos.
Entregar um bilhete-rubro-urbano
Falhado pela tinta suada
De nossas mãos
Parasitadas, mentes fartas.
Asfalto

Quero exterminar seus túneis místicos
Suas rezas matas
Seus altares
Sempre a me entregar na cama aflita
Já sou desespero
Inundação
Horizonte

Se sou transitório
Em outra parada perda
Outra estação de encanto
Era dentro do teu porto-estranho
Que fui lhe desejar o corpo
Mentiras em um livro escroto
Dizendo tudo
Nós

David Cejkinski

2 comentários:

Anônimo disse...

Sim, você é um talento.
Mas desejo nem sempre é fuga.
Beijos amore,
Flá.

Roberta disse...

Que mundo lindo mas nostálgico..
Adoro tudo que escreve,
bjs