quarta-feira, 20 de maio de 2009

Talvez em outra noite...
Com pernas mais largas
Tristonha sinfonia ira mergulhar em bueiro
E se esvair
Talvez em outra tarde-roda-gigante
Ou em outros medos
Com outras peles, bocas, pelos...
Que não se completam
Mais se entendem, não renegam.
Talvez noutros parques, em outras fases, com outros amigos.
Sábados melhores
Vou um dia,

perguntar ao mar:

Cadê minha calmaria?

E vou velejar em fronhas...
Roçar em cítricas janelas
E se for preciso então:

Me afogo nelas

Com paisagens cor-de-rosa enfiadas em espetos de churrasquinhos
Outro molho vai me acompanhar
Outras bocas, outros vinhos.

De nada vai me adiantar outras manchetes
Hematomas, profundos precipícios nos cílios.
Nada vai adiantar outras emendas em minhas mãos

Então grito de minha janela:

Se a saudade dói, assassine ela.

David Cejkinski

quinta-feira, 14 de maio de 2009


Para os artista que construiram o espetáculo “Justine”

Por favor, me largue por ai!
Em hemisférios terrestre,
banido e sultão.
Que já tem alguns meses que o meu coração pede
Grita!
Eu quero ser libertino e reverter à vida!
Do avesso
Ah qualquer preço eu posso me quebrar
Por favor, não pare mesmo que de luto.

No mote o assunto é o que o final resolve
Sem pé na estrada
Sempre na estação
A voltar, a voltar...
De narrativas loucas que me destroem
Como dói
Como chora as vítimas em balões rasgados
Tetos de cinza
Mudos, apáticos.
Lombrigas a sussurrar esquinas, vadias, libertinas...
Com pernas santas que maldizem ao carrasco

Me liberte na vida, me liberte!
Me deixe ser libertino como um funeral terrestre!

A não ser que tudo morra um dia
Com urgência, com sangria...
A não ser que tudo sofra um dia
Com ganância, maledicência...
A não ser que tudo sangre um dia
Com chicotes mal tocados
A não ser que eu gema um dia
Com calmaria, sem arrogância.
A não ser que eu assassine um dia
Por capricho, puro gozo.

A não ser que eu não minta mais.

David Cejkinski


quinta-feira, 7 de maio de 2009


"Algo morno morre dentro de mim"

David Cejkinski