quarta-feira, 20 de maio de 2009

Talvez em outra noite...
Com pernas mais largas
Tristonha sinfonia ira mergulhar em bueiro
E se esvair
Talvez em outra tarde-roda-gigante
Ou em outros medos
Com outras peles, bocas, pelos...
Que não se completam
Mais se entendem, não renegam.
Talvez noutros parques, em outras fases, com outros amigos.
Sábados melhores
Vou um dia,

perguntar ao mar:

Cadê minha calmaria?

E vou velejar em fronhas...
Roçar em cítricas janelas
E se for preciso então:

Me afogo nelas

Com paisagens cor-de-rosa enfiadas em espetos de churrasquinhos
Outro molho vai me acompanhar
Outras bocas, outros vinhos.

De nada vai me adiantar outras manchetes
Hematomas, profundos precipícios nos cílios.
Nada vai adiantar outras emendas em minhas mãos

Então grito de minha janela:

Se a saudade dói, assassine ela.

David Cejkinski

2 comentários:

Anônimo disse...

Ritmo fantástico,

Que, nunca perguntou para o mar?

Quem nunca velejou em fronhas?



Assassinar sentimentos? Existe essa formula.. por favor continue o poema hehe fiquei curioso..

Se novo, sua poesia é fantástica, como Quinta diz, o leitor lê e acha que foi o autor!



Agora em relação ao conteúdo

Espero que não com outros amigos

Mas com outros medos!!!



parabéns por mais um incrível poema, e meu faz esses comentários do seu blog funcionar ihajiahuaija

André Rascovschi

YURI PINHEIRO disse...

eu tenho um armário repleto de cadáveres de sonhos e saudades...os de sonho renascem as vezes, principalmente em noites de calor.
os de saudade eu apenas não quis enterrar.
são os trofeus que a vida me deu.
de quando em quando me visto de saudade...ou de sonho...
mas, todos atónitos correm pois, não percebem o que de fato são.
Reconhecem apenas os cadáveres e o cheiro do fogo de uma boca que os incinerou.