terça-feira, 8 de setembro de 2009

NO AEROPORTO

As portas já estão abertas
As janelas rasgadas
Em pronta entrega
A mesa já não mais posta
Sem sobremesas
As aulas não vão começar
Relógios não despertaram
Para o ano novo que começa daqui a pouco
As palavras estão caídas
As promessas desfeitas
Os romances arruinados
Quando uma oração trafega em sua alma?

Os padres já pecam
E as putas perdoam
As promessas não findam
E os becos escondem vitrines
Os trajes serão largados
As profecias serão pagãs
Do outro lado da rua
O ano que começa daqui a pouco
Outras partituras e sonetos
Em outros dedos
Vão reger seu horóscopo-astral

Se vista de preto
Ande fumando no aeroporto
Coloque todas suas fichas no esgoto
Para onde voltarão?
Transeuntes, baluartes, internacional
No ano novo que decola de sua porta
Labirintos se trancaram
Lá no fundo esperançoso
De seu coração

David Cejkinski

Um comentário:

RÔ_drigo disse...

Nossas eternas contradições do mundo "muderrrrrnu"