quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Manifesto

Vou deslizar as mãos sobre suas vértebras
Aradas, prontas para vestir de mansinho
Meu manifesto atlântico
Úmido e desesperado por um sorriso
Vou assoprar os vários anos no canto da boca
Lamber devagar qualquer felicidade
Que deixas derramar
Por entre os tapetes
Dias
Versos estacionados na esquina
Essa sua mão
Um novo manifesto
Suado, em uma carta de amor

No sinal amarelo
Por um instante parecia dar certo
Era deserto?
A cidade e o caos?
Veja esse nosso manifesto
Um difícil momento final
Para dar partida
Teus olhos-pacatos-vazios-um-desvio
Para a marginal
Que já somos
Uns tantos anos
Perigosos
Passionais?
Tatuado no corpo
Suado, uma carta de amor

David Cejkinski

Nenhum comentário: