terça-feira, 17 de novembro de 2009



Já faz alguns meses
Estão dizendo por aí que tanto faz
Já não olho no espelho
Estão dizendo por ai que já fui
não sou mais
desisti
o amor acabou
já não olho com firmeza
Estão dizendo por aí que eu devia ficar quieto
não sou coerente
uma bifurcação no deserto
Estão dizendo por aí que minha poesia é uma reza
já não preciso dos anjos
estou sem Deus nos braços
Estão dizendo por aí que eu não sustento mais os meus edifícios
já não vivo apenas aguento
conto segredos para as paredes
esculpo loucura nas pedras

Estão rezando por mim em outros países
Estão me ligando para sanar meu poema

Querem acabar com meu hermetismo
Falar de acontecimentos precisos no dadaísmo
Fotografar estupidez armada
Em teus armários-corações
Poeiras, matas, sobre corpos tensos.
Dizer que não vale a pena
Estar com os olhos semi-abertos


Pacatos plenos previsíveis pessoas-poema
Deixem levar daqui meus conflitos-selvagens
Minhas con(tradições).

David Cejkinski
Revisado por Augusto Melo

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Eu vou tomar partido seu
Juntando os meus cacos
Para a partida do plano volátil
Na estação de trem partir é o que me resta

Corpos narrativos
Partir
Em teu partido
Foi a partida que me restou

David Cejkinski