sábado, 20 de setembro de 2008

Por enquanto...

Eu estava passeando por aí dizendo coisas sem sentido nos trilhos da sua pele. Foi no subterrâneo o mar aberto que você me deixou. Andava por osmose, sentia calafrios e sabia que era aquela velha historia de dias repetidos no tempo. Faz dias que me deparei que a vida é feita de náusea. Os dias secos que me levavam em naves sem porta de saída...Você não vê que nada me cala mesmo que isso afaste qualquer amizade falsa? Procuro ser sincero até em minhas mentiras, nessa estética só quero o que completa a imagem. Dissolver a água da métrica e rolar no ar...Sempre. E na saliva uma couve podre a roçar os dentes, por que são dias secos, onde o tempo passa vagando entre as linhas do meio do ano. Não tem palavra que traduza o vento como não tem poesia que completa um sonho. Existe algo dentro da cabeça que faz doer os olhos e a nuca, uma dor seca feito nozes e avelã como estes doces enjoativos de marzipan. Existe alguma lenda dentro de nós, uma fantasia que sempre vem e nos arrebata. È das coisas não descritíveis que tento lhe contar, como acordar com medo sem motivo. No corpo algo bate lento e planeja sempre uma emboscada. Para lá do mar da cidade-selva, a natureza escapa de tanta erosão. Eu me diluo entre as frestas mortas da terra, e não alcanço paz.

David Cejkinski